Perfume do passado: desenterrando um antigo perfume romano no Mausoléu de Sevilha

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Apr 26, 2023

Perfume do passado: desenterrando um antigo perfume romano no Mausoléu de Sevilha

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Uma tumba de 2.000 anos incrivelmente bem preservada foi descoberta em 2019, enquanto equipes de construção reformavam um prédio no município de Carmona, em Sevilha. Seis membros ricos da família foram enterrados na mesma sepultura dentro do mausoléu.

Entre as doações foram encontradas uma jarra de quartzo embrulhada em saco de linho e várias pedras de âmbar. Este objeto, que se pensa ser um frasco de perfume, foi posteriormente objeto de investigação e exame aprofundados por um grupo de pesquisadores.

A equipe de pesquisa FQM346 da Universidade de Córdoba, sob a direção do professor José Rafael Ruiz Arrebola e em cooperação com a cidade de Carmona, realizou um exame químico do frasco de perfume. Descobriu-se que o frasco estava perfeitamente selado, mantendo os restos sólidos do perfume dentro. Foi esculpido em quartzo, um material único e caro para a época.

Os pesquisadores conseguiram identificar os elementos do perfume do primeiro século dC usando várias técnicas instrumentais, incluindo difração de raios-X e cromatografia gasosa combinada com espectrometria de massa.

A pesquisa publicada na revista suíça Heritage mostrou que o perfume tinha dois ingredientes principais. A base ou aglutinante - possivelmente óleo vegetal - agia como conservante para as essências aromáticas.

Patchouli é um óleo essencial derivado da planta indiana Pogostemon cablin que é comumente usado em perfumes modernos, mas anteriormente não era reconhecido como tendo sido utilizado na época romana. Um antigo escritor romano, Plínio, o Velho, descreveu a essência como contendo este óleo.

Para preservar o perfume e seu conteúdo, a dolomita foi usada como tampa e o betume foi usado para selar o recipiente. O excelente nível de preservação do frasco de perfume ofereceu uma chance única de "cheirar" os aromas do antigo Império Romano.

O design colossal da tumba e o excelente artesanato da embarcação sugerem que o cheiro era de grande valor. Esta descoberta avança nosso conhecimento das práticas culturais dos antigos romanos e fornece informações perspicazes sobre suas preferências olfativas.

O estudo esclarece a história da perfumaria e enfatiza a importância do mausoléu de Carmona como um importante sítio arqueológico. Esta incrível descoberta oferece uma janela única para o passado e uma ligação visceral com os aromas que outrora encheram o Império Romano.

Resumo do estudo:

Embora as escavações arqueológicas tenham recuperado um grande número de vasos usados ​​para guardar perfumes ou pomadas na Roma antiga, pouco se sabe sobre a composição química ou origem das substâncias que eles continham. A maioria das informações disponíveis refere-se a pomadas e/ou bases cosméticas e não a essências. A descoberta em 2019 de um frasco de pomada (unguentarium) feito de cristal de rocha (quartzo) que foi selado com uma rolha e continha uma massa sólida em uma tumba romana em Carmona (Sevilha, Espanha) foi um achado bastante incomum. Este artigo relata os resultados de um estudo arqueométrico da rolha de unguentário e seu conteúdo. Com base neles e em comparações com os padrões de patchouli e óleo de nardo disponíveis comercialmente, o perfume contido no unguentário provavelmente era patchouli. Pelo que sabemos, esta pode ser a primeira vez que um perfume da época romana foi identificado, o que é um grande avanço neste campo. A rolha de unguentarium era constituída por dolomita, material também desconhecido neste tipo de utilização, e o betume foi utilizado para vedar o unguentarium com a rolha.

Resumo do estudo: